Trama golpista: STF começa a ouvir testemunhas em ação penal contra integrantes de três núcleos da organização criminosa

  • 13/07/2025
(Foto: Reprodução)
Testemunhas de defesa e acusação serão ouvidas entre esta segunda-feira (14) e o próximo dia 23 de julho. Delator, o tenente-coronel Mauro Cid será ouvido novamente. As ações penais contra integrantes de três núcleos da trama golpista entram em uma nova fase no Supremo Tribunal Federal (STF): a de instrução processual, momento de coleta de provas e depoimentos. A partir desta segunda-feira (14), serão ouvidas testemunhas de defesa e de acusação. Os réus fazem parte de três grupos apontados pela PGR como participantes de uma organização criminosa voltada para ataques ao Estado Democrático de Direito. Tarifas de Trump contra o Brasil não vão influenciar o STF Calendário Entre os dias 14 e 21 de julho, vão prestar depoimentos as testemunhas do núcleo 2, formado por seis réus. São eles: Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF); Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres; Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal (PF) e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP); Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro; Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro; Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro; Integrantes do chamado 'núcleo 2' da trama golpista, segundo a PGR Reprodução/GloboNews Entre os dias 14 e 16 de julho, serão ouvidas testemunhas do núcleo 4, composto por sete réus. Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército; Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército; Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal; Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército; Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército; Marcelo Araújo Bormevet, agente da Polícia Federal e ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Reginaldo Vieira de Abreu, coronel da reserva do Exército. Entre os dias 21 e 23 de julho, será a vez das testemunhas do núcleo 3, que conta com dez réus: general Estevam Gaspar de Oliveira; tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira; tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo; Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal (PF); coronel Bernardo Romão Corrêa Netto; coronel Fabrício Moreira de Bastos; coronel Marcio Nunes de Resende Júnior; tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros; tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior. Núcleos do golpe Arte/g1 Depoimentos A série de audiências vai até o dia 23 de julho. Serão ouvidos os depoimentos das testemunhas de acusação, listadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e também das indicadas pelas defesas dos acusados. A lista da PGR conta, por exemplo, com nomes como os dos ex-comandantes do Exército, Marco Antonio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior. Tanto a PGR quanto as defesas dos réus podem desistir de ouvir testemunhas. Com isso, o número de depoentes pode mudar. Deve ser ouvido novamente também o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid firmou um acordo de colaboração com os investigadores. Seu depoimento será no dia 14 de julho, e valerá para as três ações penais. Mauro Cid deve ser ouvido novamente. Gustavo Moreno/STF Entenda a fase do processo Em abril e maio, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal admitiu as denúncias contra os integrantes dos três núcleos. Com isso, o grupo se tornou réu e passou a responder a processos penais na Corte. Agora, estas ações passam pela fase de instrução processual, quando são colhidas as informações que servirão para a análise do caso. É o momento de reunião de documentos e dados, além do relato de testemunhas. Após esta etapa, deve ser realizado o interrogatório dos réus. Na sequência, podem ser realizadas diligências adicionais. Na reta final dos processos, são apresentadas as alegações finais e o caso está pronto para seguir para julgamento. Denúncias Em fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República apresentou cinco denúncias contra acusados de participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. 10 pessoas para entender a denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado. Arte/g1 Cada acusação especificava as ações de um grupo, tendo como base as investigações realizadas pela Polícia Federal. O processo penal contra o "núcleo crucial" – do qual faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro – já passou pela fase de instrução processual e já se encaminha para a reta final. As audiências dos próximos dias se referem ao processo contra os réus que compõem os núcleo 2, 3 e 4. Crimes Eles respondem pelos seguintes crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito: acontece quando alguém tenta "com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais". A pena varia de 4 a 8 anos de prisão. golpe de Estado: fica configurado quando uma pessoa tenta "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído". A punição é aplicada por prisão, no período de 4 a 12 anos. organização criminosa: crime cometido por quem promove, constitui, financia ou integra, “pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa”. Pena de 3 a 8 anos. A organização criminosa a “associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a quatro anos, ou que sejam de caráter transnacional”. dano qualificado: destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia, com violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima. Pena de seis meses a três anos. deterioração de patrimônio tombado: destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena de um a três anos. O que disse a PGR Nas denúncias, o procurador-geral Paulo Gustavo Gonet Branco afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderou uma organização criminosa que praticou "atos lesivos" contra a ordem democrática e que estava baseada em um "projeto autoritário de poder". A acusação apontou que o ex-presidente, junto com Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto formaram o "núcleo crucial da organização criminosa". Segundo a PGR, "deles partiram as principais decisões e ações de impacto social", ou seja, a série de ações para tentar impedir a mudança de governo. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid também fazia parte desse núcleo - atuava como "porta-voz" de Bolsonaro e transmitia "orientações aos demais membros do grupo". De acordo com a Procuradoria, a organização criminosa estava enraizada na própria estrutura do Estado e "com forte influência de setores militares". Além disso, tinha uma ordem hierárquica e contava com divisão de tarefas preponderantes entre seus integrantes.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/07/13/trama-golpista-stf-comeca-a-ouvir-testemunhas-em-acao-penal-contra-integrantes-de-tres-nucleos-da-organizacao-criminosa.ghtml


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